Mulher Moçambicana
Sou chama duma fogueira,
Acendida à beira mar;
Com essência de palmeira,
E pedaços de luar.
Cresci nos contos da esteira,
Como princesa a sonhar;
Que alça a sua bandeira,
Com os dois braços no ar.
Sou mulher moçambicana,
Tecida em negro tear;
Com fios de capulana,
Que ninguém pode quebrar.
Meu seio é terra plana,
Em contínuo germinar;
O gozo de ser mamana,
De dar vida até findar.
Levo à cabeça a canseira,
Do meu povo a caminhar;
Em direcção à fronteira,
Que vence o medo de amar.
Minha dança é feiticeira,
Enfeitiça cada olhar;
Finge-se de prisioneira,
Só p’ra poder cativar.
de João Nascimento (Pe.)
Lindo poema este, cheio de significados em cada verso, adorei!
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