Ali, que Deus gigante e luminoso
salpicou de estrelas a baía?
Ali, onde buscava o meu repouso,
no mar bebendo o sonho e a fantasia!
Dos cantos ao luar, do sol radioso,
do bruhaha do cais, da maresia,
guardo no peito amargo e desditoso
esta minha sofrida nostalgia.
Vindas de lendas antigas e singelas,
nas nuvens, nos vapores, transmudadas
eu via rutilantes caravelas.
Que eu sabia de moiras encantadas
e sabia o segredo das estrelas
nas águas da baía semeadas.
Abdul Cadre
Que cheirinho bom!!!!
Cheiro de mato
Cheiro de mato
Ar puro
Límpido
Lugar aquele
Aquele que faz a alma sair do corpo
Aquele que faz sorrir como criança
Aquele que faz saudar a natureza
Aquele que faz sonhar infinidades
Aquele que faz ser, somente ser cheiro de mato
Dalila Veiga
Monapo
Na terra vermelha
da minha infância
encontro as ruínas
do casarão,
o pilão deitado
e o moedor de café
corroído, em pé.
Encontro a seringueira
de multibraços
emborrachados,
abraçando a pequenez
do mundo...
Na terra vermelha
da minha infância
olho enternecido
para a velha paineira
ainda imponente,
soltando nas asas do vento
réstias de painas,
nuvens para o céu.
Na terra vermelha
da minha infância
sento no galho mais alto
do pé de manga...
E ainda sinto
o cheiro do banho,
do sabão de pitanga
escorrendo pelo corpo
da mocinha,
vindo da janela
da miragem ao lado.
Na terra vermelha
da minha infância
planto para sempre
meus pensamentos,
o que complicam
como reflexão...
Planto minha saudade!
E colho de dentro de mim
em qualquer momento
hora ou tempo,
o único alimento
que me mantém vivo...
Edilson José in Luso Poemas
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